sábado, 19 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
FANTOCHES: DO IMAGINÁRIO INFANTIL À UMA PRÁTICA ARTÍSTICA, EDUCATIVA E INCLUSIVA
Orientadora: Profª. Mscª. Carla Imaraya Meyer de Felippe
Maria Cristina Pastore
Roberta Merino Bastos
Rosete Porto Oliveira
Stéfani Rafaela Pintos da Rocha
Mestre em saúde e comportamento pela Universidade Católica de Pelotas (UCPEL); Coordenadora do Núcleo de Estudos e Ações Inclusivas (NEAI) e da Brinquedoteca.
Graduandas do Curso de Artes Visuais Licenciatura e Bacharelado pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG).
E-mail(s): carlaimaraya@yahoo.com.br
roseteoliveira@ig.com.br
O trabalho tem por objetivo expor seus resultados obtidos a partir das atividades desenvolvidas na 37ª Feira do Livro, localizada na cidade de Rio Grande e vinculada à Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Pretendemos evidenciar como o teatro de fantoches pode estimular a imaginação, criatividade e percepção da criança, bem como a valorização do processo criativo, educativo e inclusivo. O evento teve a duração de dez (10) dias, ocorrendo no período de 28 de Janeiro a 7 de Fevereiro de 2010, e no qual teve como tema “Viva o Livro”, contando com 42 bancas de livreiros. Além dos livros, haviam espetáculos de música, dança, exposição de atividades lúdico-pedagógicas, oficinas e gastronomia. A mesma, ocorreu na Praça Dídio Duhá, localizada no balneário Cassino.
Além da Feira do Livro, estamos providenciando, paulatinamente, que o teatro de fantoches se desloque à outras instituições localizadas na cidade de Rio Grande, e possivelmente num futuro próximo levaremos à escolas de ensino básico e fundamental. Porém, tal atividade não será enfatizada neste texto, visto que estamos apenas começando.
METODOLOGIA
Para a apresentação do trabalho em questão, elaboramos nove (9) histórias que envolvessem temáticas das tramas cotidianas, como higiene, meio-ambiente, educação e comportamento em sala de aula. No período de dez dias do evento, foram apresentadas nove histórias dramatizadas com os fantoches. As mesmas tinham como codinome: “Coleta seletiva, Reciclagem, As lontrinhas, O aluno bagunceiro, É show, Girafalles, Dor de dente, Tesouro da natureza: A água, Vamos respeitar a natureza e Mãos limpas“. As apresentações das esquetes ocorreram em três (3) horários, às 20:30, 21:30 e 22:30.
Em três (3) dias de Feira, contamos com a participação especial de Luize Dorneles, portadora de necessidades educativas especiais (deficiência visual), para a apresentação das histórias. Durante o período que Luize esteve apresentando as histórias conosco, era impossível ao público visualizar que o sujeito narrador era um deficiente visual, pois a mesma apresentava as histórias de forma muito eficaz tanto quanto as demais colegas que não apresentavam nenhuma necessidade educativa especial. Nas apresentações, nos posicionávamos atrás de uma estrutura que servia de cenário aos personagens (fantoches) para narrarmos as histórias com a impossibilidade do público ver quem estava narrando-as. Foi um trabalho interessante, pois não aprendemos somente a conviver com qualquer diferença, mas sim a ver e tratar todos como iguais perante a sociedade.
A partir de tal observação, tivemos o intuito de transmitir nosso conhecimento ao público de diversas idades, decidimos, então, propor à Luize se a mesma gostaria de narrar uma história em frente do cenário enquanto as demais apenas encenavam com os fantoches sem serem visualizadas. A mesma aceitou e contribuiu com nosso trabalho de forma totalmente competente e responsável, atribuindo aos personagens uma personalidade e também desconstruindo o possível paradigma pejorativo em relação às pessoas com necessidades educativas especiais. Tais essas ações, tiveram conseqüências especiais, no qual repercutiu com a mudança do olhar de um público possivelmente pré conceituoso para com pessoas com necessidades educativas especiais, bem como a conquista dos mesmos.
Nas instituições, apresentaremos histórias que não enfatizem relações familiares em função das pesquisas que estamos desenvolvendo, na qual nos revela que as histórias devem ser impessoais. Propomos que logo após as histórias apresentadas, as crianças devem contar suas próprias histórias com os fantoches disponibilizados às mesmas, e, logo após devem fazer seus desenhos a respeito do que interpretaram. A partir de tais atividades, com o intuito dos mesmos exercitarem suas diferentes formas de expressão, esperamos que os resultados sejam satisfatórios.
Quando, porém, a criança tem oportunidade de se transportar e viver a peça junto com os bonecos que a apresentam, ela encontra neles a materialização de seu mundo de sonhos. (pág. 1 do livro Teatro de Fantoches na Escola Dinâmica, 1967 – BLOIS, Marlene Montezi; BARROS, Maria Alice Santos Ferreira de).
OBJETIVOS
A partir dos fatos comentados juntamente com abordagem teórica e prática, verificaremos se ocorre o interesse das crianças pelas histórias apresentadas no teatro de fantoches, bem como proporcionar liberdade de auto-expressão, exercitando a memória e a percepção perante o desenho ilustrado após as histórias contadas. Consequentemente, esse exercício possibilitará o estímulo do senso de observação e atenção das crianças.
Na 37ª Feira do Livro observamos que houve interesse das crianças em nosso trabalho a partir do número de expectadores com média de cinqüenta pessoas em cada apresentação. A faixa etária dos mesmos era de três (3) até onze (11) anos, a maioria acompanhada dos pais, uma constante durante a apresentação das histórias e na elaboração dos desenhos. Após as apresentações, os menores demonstravam interesse em ter o contato físico com os fantoches, aproximando-se, a partir disso, da estrutura em que foram expostos. O acompanhamento e interferência da família na elaboração dos desenhos impediam a liberdade de expressão dos menores, interferindo, assim, o exercício de sua memória e percepção.
Além disso, promoveremos ações que visam à igualdade de todos e com a nova proposta de apresentação do teatro de fantoches nas instituições verificaremos os problemas familiares que as crianças vivenciam, bem como suas necessidades educativas especiais, caso apresentem.
JUSTIFICATIVA
O projeto surge no ano de 2009 como uma proposta didática voltada aos públicos infantis da 37ª Feira do Livro, desenvolvido pelas autoras desse projeto e acadêmicas do curso de Artes Visuais – Licenciatura e Bacharelado da Universidade Federal do Rio Grande – FURG. Com o intento de abordar temas referentes a preservação de sistemas ambientais como: água, desmatamento, e reciclagem do lixo, organizamos pequenas esquetes em que utilizamos os fantoches disponíveis na brinquedoteca da universidade para apresentar esquetes em que o público (neste caso as crianças) interagiram muitas vezes nos diálogos entre os personagens (os fantoches), e o que repercutiu de cada história se materializou na consecução dos desenhos elaborados pelas mesmas após o término de cada esquete, além da participação do público como narradores. Pela receptividade que o projeto teve durante a Feira do Livro da FURG, percebemos a necessidade de dar continuidade ao projeto extensionando nossas ações à outras instituições.
A atividade de extensão mostra-se importante na formação sociocultural destas crianças pelo (auto) conhecimento que é capaz de proporcionar, bem como a constituição de um olhar apurado nas relações das diferentes infâncias que convivem em grupo. Essa convivência pode refletir direta e indiretamente no multiculturalismo identitário que os personagens (fantoches) incorporaram, trazendo ao público o diálogo e a reflexão sobre suas ações. Dessa forma, o ensino está relacionado nas narrações de teatro em que as crianças se (re) conhecem, durante a construção de personagens por meio dos desenhos executados durante a 37ª Feira do Livro e aos seus companheiros de atividades juntamente com a mediação de diálogos referentes ao seu contexto sócio-histórico e cultural.
As ações socioculturais da comunidade em que estas crianças estão inseridas são importantes na formação de um referencial de identidade para que possam se constituir em sociedade. Em vista disso, optamos pelos fantoches como instrumento de educação por ser capaz de proporcionar ao educando uma forma de aprendizado lúdica e informal.
A arte contribui para a formação, como também, torna possível o ato de trazer do imaginário para o real as idéias e contribuições que formarão essas crianças como sujeitos críticos e com opiniões em constante construção. Em vista disso, acreditamos que as histórias contadas no teatro de fantoches são um método educativo, já que a partir das mesmas, notávamos que as crianças comentavam suas experiências cotidianas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As possibilidades que o teatro de fantoches propõe ao seu público são inúmeras, tais como: o estímulo à criatividade já pré existentes em todos nós, especulação do senso de observação e percepção da criança juntamente com a valorização desse processo. A partir disso, observamos que as crianças fizeram seus desenhos fiéis à história narrada e com muita concentração.
Além disso, acreditamos que as histórias narradas são um método educativo, visto que a partir das mesmas presenciávamos os comentários de experiências cotidianas feitos pelos menores, e que poderíamos estabelecer diálogos que promovessem ensinamentos no que diz respeito às temáticas que foram trabalhadas nas histórias - higiene, meio-ambiente, educação e comportamento em sala de aula -. Durante o desenvolvimento das atividades propostas, notamos que os pais tentam de forma constante impor escolhas aos seus filhos, estabelecendo inclusive, paradigmas de nossa sociedade, como por exemplo, a cor rosa de desenho para meninas e azul para meninos.
Foi possível promovermos a inclusão e valorização de pessoas com necessidades educativas especiais juntamente com a proposta de igualdade a todos, conforme exemplos vivenciados durante a Feira do Livro.
REFERÊNCIAS:
BLOIS, Marlene Montezi e BARROS, Maria Alice Ferreira. Teatro de Fantoches na Escola Dinâmica. Ao Livro Técnico S.A., Rio de Janeiro 1967.
BURNIER, Luis Otavio. A arte de ator: da técnica a representação: elaboração,
Codificação e sistematização de técnica corpórea e vocais de representação para
ator. Campinas, SP: ed. Da Unicamp, 2001.
PEIXOTO, Fernando. O que é teatro. 12ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1992.
VASCONCELOS, Maria Luiza Teixeira. Lições de teatro. Ponta Grossa: Universidade
Estadual de Ponta Grossa, 1976.
KORMANN, Edith. O teatro na educação artística. Florianópolis, ed Meridional.
FRITZEN, Silvino José. Exercícios práticos de dinâmica de grupo. Vol.II, ed. Vozes
Ltda, Petrópolis-RJ, 1981. 10ª ed.1987.
PIAGET, J. A psicologia da criança. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.
acessado em 27.12.2009 às 21h57m
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
fantoches como instrumento de educação
Os fantoches como instrumento de educação consiste em proporcionar ao educando uma forma de aprendizado lúdica e informal. As ações socioculturais do local em que estas crianças se constituem são importantes na formação de um referencial identitário para estas diferentes infâncias em sociedade. A arte, contribui na formação destas crianças, seja na escola ou em lugares de ensino não formal. Através de oficinas, jogos e brincadeiras que tornam possível o ato de trazer do imaginário para o real as idéias e contribuições que formarão estas crianças como sujeitos críticos e com opiniões em constante construção.
Esse “aprender brincando” é amparado com o suporte cientifico com pesquisas e avaliação dos dados observados na pesquisa. Nos dez dias da feira do livro, foram apresentadas 9 histórias dramatizadas com os fantoches. As temáticas são baseadas no cotidiano, higiene, meio-ambiente e educação..
Trazendo a expressão “jogos” para a atividade com os fantoches, focando essas reflexões, também podemos salientar que o teatro contribui com a auto-expressão, oferecendo meios para que, gradativamente, se desenvolvam a espontaneidade, a imaginação, a percepção, a observação e, conseqüentemente, a criatividade.
Com a integração da criança inserida no jogo dramático apresentado na historia, permitiremos que a criança tenha um dialogo com a troca de percepções, havendo a participação livre e espontânea, tanto com o uso dos fantoches como no desenho, que foi produzido no intervalo das apresentações.
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